Arquitectura

Capela de S. Francisco de Assis

A capela constitui, no seu desenho, um bonito exemplar da Arquitectura neo-gótica do século XIX, a qual pode ser considerada como um “achado raro”.

No Palácio da Igreja Velha, encontramos esta singela capela. Adossada ao edifício, pelo lado Sul-nascente, ocupa uma área de 75,5 m2.
A capela constitui, no seu desenho, um bonito exemplar da Arquitectura neo-gótica do século XIX, a qual pode ser considerada como um “achado raro”.
O acesso à porta principal é feito mediante um lanço de dez degraus em granito, devidamente bocelados.
A Capela possuí uma só fachada, a anterior, onde se observam pilastras assentes em sapatas bem desenvolvidas. Possuí, também, uma pequena rosácea em forma de cadernas invertidas e com vitrais.
Na parte central, na área superior da fachada, domina a torre sineira, apenas com um só lanço e com a fisionomia das torres góticas, com quatro ventanas onde badalam três sinos.
Toda a construção está equipada com perpianho de grão fino que, devido à sua textura, aparenta uma certa estranheza, no que a jurisdição famalicense diz respeito.
No interior, temos o corpo e o presbitério. Lá dentro encontramos um coro alto e um pavimento em pinho Flandres.
O tecto, por sua vez, é em gesso e com traços artísticos que demonstram serem criados por mão hábeis, para gerarem tal qualidade.
O presbitério, por sua vez, tem lajes em granito.
Encontra-se, também, um rodapé, também em granito, com uma altura de 62cm. Nas paredes sobrejacentes, encontramos placagens em mármore.
Como era usual na altura, encontrar-se-á, também, uma sanca em madeira.
O retábulo, de concepção gótica, é em castanho e com trono. No centro do mesmo encontrasse o padroeiro, S. Francisco, imagem que apresenta uma anatomia descritiva de execução muito cuidada.
A acolitar esta imagem e em pequenas edículas, sobre plintos, estão as imagens de Nossa Senhora do Rosário e S. José.
Quanto à imaginária, há um fenómeno pouco vulgar. É a existência de peças executadas com uma antecedência superior a um século da construção do imóvel. E, embora não se destaquem pela quantidade, porque são poucas, é pela anotação fiel e exacta do seu barroquismo que se manifesta a qualidade.

Dentro dessas peças, salientamos:

• Nossa Senhora do Rosário, em madeira barroca, estofada;
• São José, também em madeira barroca, policromada;
• Cristo, em madeira, datada do século XIX, com uma estrutura anatómica manifestamente detalhada, executada por um artista com imensa atenção ao pormenor e à harmonia. Salienta-se o equilíbrio nas dimensões;
• Pintura com a iconografia de Nossa Senhora da Conceição, com algumas marcas barrocas e com um ou outro traço similar às obras de Murillo.

Registamos, para nosso júbilo, o óptimo estado de conservação da construção, que, aliada à imensa cultura e sensibilidade artística dos proprietários, fazem, desta construção, um marco presente na nossa freguesia.

Capela de Vila Mende

Na Quinta de Vila Mende, propriedade da Familia Gomes Alves, encontra- se a capela em honra de Santa Maria de Vila Mende, com a porta principal voltada a Poente.
Está adossada á Casa Senhorial, do séc. XVIII, pelo lado sul, ocupando um espaço de 50 m2.
A frontaria é possuidora de duas ricas pilastras com apoios em sapatas bem desenvolvidas.
A porta axial, com um lintel artesoado, está encimado por um florão que apresenta metade da caixilharia com uma estrutura pouco comum.
O frontão é ondulado, com uma cruz maçanetada e ladeado por dois pináculos com remate cónico.

Capela da Nossa Senhora do Amparo

Com um património que data, já, da Idade do Cobre, Vermoim possui, como seria expectável, um imenso e valioso espólio arqueológico, que, ao longo dos anos, sofreu
algumas tentativas de conservação (apesar do desgaste do tempo).
Desse património, fazem parte quatro Mamoas, os Castros de Vermoim e Santa Catarina e o Castelo de Vermoim.

No Lugar de Penelas, a nascente da Igreja Paroquial, encontra-se a capela designada por “Capela dos Ferreiras”.A porta principal está voltada a Poente.
A sua construção foi consequência de uma promessa feita por Jerónimo António Ferreira que, estando no Brasil como emigrante, prometera mandar construir uma capela se tivesse boa viagem para a terra natal. Mais tarde, a mesma capela fora doada a
Paróquia. Tem uma razoável volumetria, pois, ocupa uma área de 105m2.
A fachada é constituída pela capela, torre e um salão. A torre sineira está do lado sul e é sóbria na sua estrutura. Tem um só lanço e termina num coruchéu piramidal, mas em betão. Tem quatro ventanas com três sinos. Não há na fachada, motivos decorativos ondulantes. Na base do salão e da torre há duas edículas, onde já residiram duas esculturas em granito com a iconografia de S. Pedro e S. Paulo, as quais, actualmente, se encontram sobre a empena. À volta do conjunto arquitectónico há cruzes as quais serviam para o exercício da Via Sacra. Na fachada posterior observam-se dois nichos, cada um dos quais possui um painel com a narrativa do Purgatório. O do lado esquerdo tem a data de 1843. O interior consta de nave e presbitério, havendo um gradeamento,
em madeira, a separá-los. Há coro-alto, púlpito e confessionário. O pavimento está
lajeado a granito.
No fundo da Capela é possível verem-se dizeres no pavimento, relativos, a uma sepultura: “Marco (sic) 1873 Campa privilegiada D. Jerónimo António Ferreira Agosto 1872” e, no alçado sul “Jaz nesta Capella o seu fundador Jerónimo António Ferreira. Nasceu a 1 de Novembro de 1793. Faleceu a 11 de Julho de 1876”.Todo o interior esta revestido por um tapete cerâmico, constituído por azulejos azuis e brancos do séc.XIX.
O altar-mor apresenta uma redoma onde se instalam duas imagens, e de um e do outro lado, mais duas imagens, cada uma no seu plinto, tendo junto de si duas colunas, sendo uma salomónica e a outra lisa e afunilada. O retábulo apresenta fortes indicadores de ter sido adaptado ao local, onde só integrou e mantém traços do estilo rocaille. Em plano colateral, há dois pequenos altares sem valor histórico.
Relativamente a peças religiosas de considerável valor, temos:
Nossa Senhora das Graças, barroca, em madeira estofada;
S. José, com policromia, madeira, algum ouro de lei e igualmente barroca;
Nossa Senhora das Dores, em madeira, policromada e do séc.XIX;
S. Joaquim, madeira, com policromia e do séc. XIX;
Nossa Senhora da Conceição, com policromia e alguma folha de ouro, séc.
XVIII.
A Capela referida já foi centro de muitos actos de culto e, de um modo especial, a celebração das cerimónias da Semana Santa.

Capela da Nossa Senhora da Assunção

Na Quinta da Florida, pertencente a Félix Maria Aguiar Alves Carneiro, está a Capela que pertencera ao P. Félix, tio-avô do actual proprietário, que morrera nos anos 40 do século XX.

Na Quinta da Florida, pertencente a Félix Maria Aguiar Alves Carneiro, está a Capela que pertencera ao P. Félix, tio-avô do actual proprietário, que morrera nos anos 40 do século XX. Segundo informações colhidas, os antepassados do referido sacerdote eram transmontanos. A Capela tem a fachada principal voltada a sul e ocupa a área de 38,80m2.
A arquitectura é simples, com granito estrutural linear e as peças decorativas, nos extremos da empena, formadas por dois pináculos rematados em pirâmides. A fachada posterior consta dos mesmos elementos. Ainda, na fachada anterior há a assinalar um brasão, de natureza familiar, partido e com a cartela decorada. O campo possui as armas em 1 de Azevedo e em 2 de Carneiro. Todos os alçados estão rebocados. A telha, nas beiradas, aparenta telha nacional e a restante é do tipo francês. No alçado poente, encontra-se uma lápide com texto em expressão latina, “MCMXVIDOMUSDEI A PRESBYTERO FELICE MARIA MAGALHAES AGUIAR FAC’I’A” que, traduzido para a versão portuguesa significa: “CASA DE DEUS FEITA EM 1916 PELO PRESBITERO FELIX MARIA DE MAGALHAES AGLIIAR”.
O interior, apenas, apresenta o corpo e o presbitério. No corpo há a considerar o pavimento, em pinho, e o tecto, na forma de berço, em estuque. Tem sanca, mas em betão. Quanto ao presbitério, há lajeado em granito.
O altar possui um retábulo do tipo neoclássico, com uma única imagem, embora recente, mas que identifica ter existido mão hábil na sua execução. Dispõe, ainda, o retábulo de duas mísulas, as quais não executam as tarefas para que foram feitas. Na
peanha da escultura há a frase latina “Assumpta est Maria in Coelum”, que traduzida quer dizer: “Maria foi assumpta para o Céu”. Já houve missa dominical, porém, desde há bastantes anos não se realiza qualquer acto religioso. Por isso o seu estado de conservação não é o ideal.